segunda-feira, novembro 19, 2007

Consciência

Assim como ocorre após aos eventos do NEF, escrevemos neste espaço algumas palavras para dar aos visitantes de nosso BLOG um pouco daquilo que aconteceu.

Desta vez e após último evento do NEF, antes mesmo de escrever, recebemos um depoimento de um participante que retrata muito bem as questões que foram ali tratadas, bem com caracteriza com bastante sensibilidade o clima e o impacto do que foi trazido pelo palestrante.

Segue, portanto, o depoimento de André Martinez que publicamente queremos agradecer e desejar muita Luz e Paz em seu caminho.


André[*] e o Esquimó[†]

A professora Bete Marcelino me mandou por e-mail um convite inusitado: que participássemos de uma palestra chamada Encontros com o Futuro, do Programa de Pós Graduação de Administração da PUC SP. Quando eu li o programa – um Xamã Esquimó da Groenlândia falando sobre uso do conhecimento com sabedoria não tive dúvida: - Eu vou! E fui mesmo, acompanhado da Secretária de Educação de Rio Grande da Serra com quem trabalho, a Senhora Aida e da sua Assessora Luciana.
Ouvimos encantados o Uncle[‡], um homem singular a quem todos gostaríamos de ter como um tio querido para usufruir de seus conselhos de sabedoria milenar.
Uncle nos falou dos riscos que o planeta corre, do degelo das calotas polares e de sua amada Groenlândia onde vivem aqueles que ele ama com extremado amor.
Falou-nos que a Amazônia está afundando com o degelo, e que várias cidades do mundo estão condenadas a serem cobertas pelas águas... contou-nos que somos incompetentes para cuidarmos dos nossos rios, por isso o Tietê, o Tamisa, o Potomac, o Sena e outras artérias fluviais que rasgam as nações mais adiantadas (?) do mundo estão mortos... cheiram mal... sem que façamos nada por limpá-los.
Falou de tantas coisas bonitas e singelas de um esquimó, embora estivesse vestido como um homem paulistano em botas de cowboy. Repartiu conosco a história de sua mãe, que derretia o gelo do coração dos homens tocando-lhe o rosto, e a alma. E cantou...
Cantou e nos tocou. Algumas vezes, ao falar com a platéia parava diante de mim e me olhava diretamente nos olhos. Eu sentia uma onda de profunda simpatia irradiar daquele olhar e meu coração disparava. De onde eu o conheço?
Em certo momento, ele falava de sua missão que era sair pelo mundo cantando a canção que fizera para sua mãe e ajudar a derreter o gelo coração dos homens... nesse momento, diante de mim, colocou sua mão na altura do meu coração e me tocou no peito com a palma de sua mão. Um influxo poderoso de energia foi registrado imediatamente... sua mão parecia um ferro de passar de tão quente, irradiando um calor que deu a impressão de fazer algo fervilhar nas minhas veias. Algo se moveu dentro de mim, um som estranho, como de uma bolha se rompendo foi registrado apenas por mim, acima do umbigo, plexo sacro, à esquerda do meu corpo.
Eu me senti emocionado e muito feliz, parecia que o “Tio” tinha me agraciado com um presente.
Depois ele dedicou-se a outra senhora, a quem deu atenção durante todo o tempo, e fez um ritual de cura, tocando-a com um grande anel com um tecido, esticado como um tímpano, enquanto emitia sons nativos que me fizeram lembrar as canções entoadas pelos Índios Cariri-Xocós com quem tive a felicidade de esbarrar (e dançar!) em Rio Grande da Serra, num encontro fraternal.
Uncle terminou sua palestra dizendo-nos que partiria dali sem olhar para trás, porque sabia que tinha deixado uma família carregando sua mensagem em favor do planeta, e que todos nós ali, estávamos convocados a fazer algo pelo futuro.
Após o encerramento, Uncle me procurou, enquanto eu entornava um singelo “balde” de café... Deu-me um abraço de pai, e eu senti mais um pouco da neve do meu coração se transformar em lágrimas ao calor do abraço amigo. E me senti honrado... Como se nosso encontro tivesse sido planejado por ele...Tiramos foto – ficamos lindos! – Não vou esquecer o encontro (re-encontro?) que tive com meu querido Tio...
Que meus pensamentos de paz e gratidão o alcance, bem como á professora Elisabete Marcelino, pelo e-mail “casual” que me trouxe tanta alegria.

[*] ANDRÉ J MARTINEZ, é servidor público na Prefeitura Municipal de Rio Grande da Serra, SP, há 24 anos, lotado na Secretaria de Educação e Cultura, Área de Políticas Públicas e Projetos. E-mail para contato ajmartinez@uol.com.br – Fone 0xx11.4821.3420.

Os dados abaixo foram extraídos do folder sobre o evento.
[†] Angaangaq é um ancião esquimó cuja família pertence aos tradicionais curadores do extremo norte de Kalaallit Nunaat, Groenlândia. Graduou-se em Administração pela Universidade de Copenhagen. É convidado freqüentemente pelas Nações Unidas e pela UNESCO para participar de atividades voltadas a questões indígenas, de preservação ambiental, de paz, de religião e espiritualidade. É um ancião do setor canadense do Instituto Internacional dos Quatro Mundos para o Desenvolvimento Humano e Comunitário. É membro do Conselho Mundial de Anciãos, do Conselho Mundial de Sabedoria, do Clube Internacional de Budapeste, entre outros. É chamado inúmeras vezes para atuar como elo de ligação com tribos indígenas
[‡] Seu nome significa “o homem que se parece com seu tio” e, por isso, ele é conhecido como Uncle (“tio” em inglês).

terça-feira, novembro 13, 2007

Educação

O boletim eletrônico do Mercado Ético - que trata dos temas ligados à sustentabilidade - trouxe na sua edição de hoje (13/11/2007) o tema da PEDAGOGIA DA SUSTENTABILIDADE.
Trata-se de uma pedagogia que busca a consciência planetária e a partir da idéia de que todos nós estamos intimamente ligados ao planeta.
A Pedagogia da Sustentabilidade foi construída através de uma didática criada a partir da prática vivenciada na Escola Vila em Fortaleza, Ceará, fundada em 1981 e isto nos chama bastante a atenção, pois mostra que nosso país tem um sensibilidade especial para o tema e por isso seguramente tem uma responsabilidade igualmente relevante.
Vale a pena ler esta matéria que pode ser encontrada no link: http://mercadoetico.terra.com.br/noticias.view.php?id=1710
Fica aqui o reforço sobre a importância que o tema da consciência assumiu nos ultimos tempos, sem a qual não atingiremos, como país e como planeta, as transformações necessárias e que todos nos almejamos.