sábado, julho 11, 2009

Caro Sr. Welch...que pena!

Acabo de ler a coluna "Agenda do Lider" de Jack Welch, que a Revista Exame de 15/07, edição 947, traz em sua página 110. Seu título obviamente me chamou a atenção e fui estimulado a ler as linhas que se seguiram: "Como ter sucesso a partir de agora". No fundo uma foto dos formandos da Universidade de Columbia.
Meu susto vem a seguir. Após o título vem a seguinte expressão: " equilibrar vida pessoal e profissional está fora de cogitação. O negócio é fazer mais do que seu empregador espera de você".
Bem, com esta chamada minha primeira pergunta foi: então o que mudou? Parece meio contratidório imaginar que o sucesso a partir de agora mantém o quadro que colocou o mundo dos negócios e do trabalho no patamares que vemos hoje. Resultados já, você depois!
Neste texto Welch reforça, segundo ele, quatro idéias. A primeira: esqueça um pouco o computador e fale com as pessoas. Bem parece que nesta ele acerta em cheio, pois a idéia não é negar a tecnologia e sim colocar as coisas no seus devidos lugares. O ser humano é mais importante. A segunda, e aqui meu susto, ela cita " temos de cumprir nossa obrigação para depois pensar em diversão". Ah... entendi. Ele acha que vida pessoal é diversão!? Mais adiante ele complementa a idéia pontuando um contexto de crescimento do desemprego nos Estados Unidos que chega a 9%: "a flexibilidade é um prêmio que se ganha e não uma coisa que alguem julga no direito de usufruir". Ah... agora entendi. Ela entende que a qualidade da vida pessoal não é um direito. Ah... tá!!
Em terceiro ela traz mais uma idéia: ame todo mundo! Calma... depois ele explica o contexto que vivemos onde rotulamos e descartamos as pessoas que parecem menos sucedidas. Ele está dizendo para amar as pessoas como elas são. Puxa!
A quarta e última, vem a máxima. Ele faz um critica aos críticos do capitalismo e conclaman os estudantes presentes a palestra para que parem de se desculpar. "a imensa maioria das empresas empregam pessoas boas e decentes que realizem um trabalho honesto. Não há porque se envergonhar. Vocês estão prestes a engressar em uma profissão nobre".
Concordo plenamente com ele. As organizações contem pessoas honestas e boas que realizam um trabalho honesto sim. Mas, caro Sr. Welch, amar as pessoas como elas são não é uma questão de honestidade só. É de sensibilidade em compreender a natureza humana. O senhor parece ter esta sensibilidade quando diz para largar o computador e olhar no olho, quando conclama a amar as pessoas, mas a ignora quando acredita que o ser humano não tem o direito de ter sua vida pessoal com alta qualidade. Puxa, senhor Welch, temos divergências sobre o que vem a ser direitos.
Uma coisa sei... o senhor não tem direito de formar, aconselhar, orientar novos executivos num caminho que já conhecemos. Primeiro o trabalho e o resto depois só faz as criticas ao capitilismo aumentarem. O senhor não tem o direito de confundir as pessoas, nem tão pouco de reviver um tipo de capitalismo que já está morrendo.
Vou relevar Sr. Welch. Sua fala parece ajudar aquele momento que o sr. está no microfone diante de de recem formados, mas descendo do pulpito, senhor Welch, sua fala não ajuda a fazer coisas novas.
Sr. Welch... assim não haverá empresas, não haverão lideres que possam tornar as empresa e a sociedade sutentável.