domingo, setembro 27, 2009

SEE – SÍNDROME DO EDIFÍCIO ENFERMO

O termo Síndrome do Edifício Enfermo surgiu na década de 70 na Europa e EUA , sendo aplicado para caracterizar problemas de saúde comuns aos moradores de edifícios, causados pela somatória de poluentes de diversas procedências num mesmo local. Quando mais de 20% dos moradores de um edifício apresentam sintomas como dores de cabeça, irritação nos olhos, dermatites, congestão nasal, rinite alérgica, asma brônquica, náuseas e securana garganta, considera-se que sejam indicativos de SEE.
A poluição atmosférica, dentro do ambiente construído, ocorre através de fumaças de cigarro, escapamento de automóveis, uso de ar refrigerado, tintas, vernizes, colas e resinas, entre outros produtos, todos potenciais emissores de COV’s (compostos orgânicos voláteis), incluindo o formaldeído.
A contaminação da água ocorre por despejo de substâncias químicas diversas, resíduos orgânicos, resíduos de tubulações de chumbo, produtos de limpeza, etc.
No solo (ou piso) a contaminação se dá principalmente através da emissão de radiações em geral, algumas emitidas por pedras ou rochas usadas na construção, como ardósias e mármores.
A poluição sonora decorre da acústica inadequada dos edifícios, que permitem a entrada de sons externos, passando pelo uso de equipamentos eletro-eletrônicos cuja emissão de decibéis supera os limites normais.
Os poluentes biológicos, que também contribuem para a degradação da qualidade do ar interno, são decorrentes da existência de fungos e bactérias que encontram nos carpetes e equipamentos de ar condicionados condições ideais para sua instalação e propagação.
Todos esses fatores, reunidos, contribuem para uma habitação doente, na seguinte proporção:

- Ventilação inadequada : 52%
- Contaminação do ar interno (cigarro, produtos que contêm formaldeído) : 12%
- Contaminação externa : 9%
- Contaminação gerada na fabricação dos produtos : 2%
- Contaminação biológica: 1%
- Causas desconhecidas : 24%

Saúde e bem-estar do ambiente interno

Algumas recomendações de ordem prática são indicadas para prevenir e garantir um ambiente interno saudável e de boa qualidade:

- Ter conhecimento e dispor de dados de todas as fontes de contaminação do ambiente.
- Utilizar materiais cujos componentes tóxicos possam ser levados ao interior da obra.
- Controlar a qualidade ambiental dos materiais de acabamento interno das paredes, pisos e mobiliários.
- Separar áreas com ambientes mais contaminados, como área para fumantes, banheiros, sala de máquinas, etc.
- Promover a renovação do ar interior para manter sua qualidade, estabelecendo os corretos índices de ventilação.
- Utilizar plantas e vegetação que ajudem a manter a qualidade do ambiente urbano, por exemplo: hera (absorve a fumaça de cigarro), cacto (ajuda a absorver a radiação), filodendro, dracena, babosa (absorvem toxinas ambientais).

No próximo artigo vamos conhecer os componentes que se constituem em fonte de contaminação do ambiente construído e os produtos onde eles são encontrados.



Maria Clara Giannelli Feitosa (claragiannelli@uol.com.br) é arquiteta, paisagista, fotógrafa, e membro do grupo ecológico Maitan.

Fonte: IDHEA ( Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica)

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